quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

APOSTILA DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS


RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E DA DEFESA SOCIAL POLÍCIA MILITAR
DIRETORIA DE ENSINO
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DA POLÍCIA MILITAR
CFP - CURSO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS – 2020.1































APOSTILA DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS








NATAL/RN
2020
AUTORES
Adelson Rodrigues dos Santos_2° Sgt PM RN
Flávio Brito de Brito Ramalho_3° Sgt PM RN
COAUTORES
Martha de Carvalho Fernandes_St PM RN
Márcia de Carvalho Fernandes_St PM RN
Denise Dias de Alexandria_St PM RN
Robson Mendonça de Souza_3° Sgt PM RN
Marcilonio Dantas de Medeiros_2° Sgt PM RN
João Maria Sales de Barros_3° Sgt PM RN




























NATAL/RN
2020
CURSO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS


Unidade Curricular: Relações Interpessoais
Área Profissional: Fundamental
Códgo: CFP013 Carga Horária: 20 h/a


EMENTA


I – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A interação entre as pessoas e o trabalho;
2. Personalidade: sistemas e mecanismos de defesa;
3. Fenômenos grupais;
4. Comunicação interpessoal;
5. Motivação e trabalho;
6. Dinâmica de grupo;
7. Liderança e Poder;
8. Tipos de Lideranças (autocrática – liberal – democrática);
9. Liderança situacional;
10. Competências afetivas interpessoais;
11. O líder como motivador;
12. Comportamento e comunicação assertiva;
13. O papel do líder na formação de equipes;
14. Ferramentas disponíveis para o trabalho em equipe.
II – OBJETIVO
Geral:
Promover dentro das relações interpessoais a aplicação dos conceitos de liderança, capacitando o capital humano para uma real aplicabilidade no ambiente de trabalho, com o fito de melhorar as relações no trabalho e consequentemente a qualidade dos serviços na atividade policial militar.






Específicos:
Promover uma discussão sobre os aspectos que contribuem para a formação da personalidade do indivíduo e seu reflexo individual no grupo pertinentes à atividade policial;
Despertar sobre o entendimento da importância das relações interpessoais e interação social nas diversas áreas de atuação do indivíduo, em especial, à policial militar; favorecer conhecimento sobre o papel da liderança como forma de desenvolver competências para um trabalho de equipes eficaz para a área de segurança pública;
Propiciar conhecimentos acerca da importância do papel estratégico do indivíduo no grupo e nas instituições de segurança pública;
Possibilitar conhecimentos sobre as Relações interpessoais e a Chefia/Liderança, a fim de que os policiais militares alunos possam aplicá-la na sua vida pessoal e profissional, enriquecendo suas relações interpessoais.
III - ESTRATÉGIAS DE ENSINO
Os temas abordados poderão ser desenvolvidos através de aulas expositivas, debates, trabalhos em grupo e individual, utilizando os recursos didáticos disponíveis para auxiliar na fundamentação do ensino-aprendizagem.
IV- PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação deverá ser fundamentada em todo conteúdo ministrado, podendo ser composta por questões objetivas e/ou subjetivas, valendo 100% da nota, pois se trata de uma única avaliação.




























SUMÁRIO




1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................8
2 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL.....................................................................8
2.1 Relacionamento interpessoal no trabalho........................................................9
3 COMUNICAÇÃO........................................................................................................11
3.1 Níveis de comunicação..................................................................................11
3.2 Elementos da comunicação............................................................................11
3.3 Barreiras a comunicação................................................................................13
3.4 Comunicação organizacional.........................................................................14
4 GRUPOS......................................................................................................................15
4.1 Fases do grupo...............................................................................................17
5 FEEDBACK.................................................................................................................17
5.1 Feedback na prática.......................................................................................18
6 COMPREENSÃO EMPÁTICA...................................................................................19
7 MOTIVAÇÃO..............................................................................................................19
7.1 Ciclo motivacional.........................................................................................20
7.2 Tipos de motivação........................................................................................20
7.3 Frustração.......................................................................................................22
7.4 Conflito..........................................................................................................23
7.5 Teorias motivacionais....................................................................................24
7.5.1 Teorias da motivação (Chiavenato)................................................24
7.5.2 A hierarquia das necessidades de Maslow......................................25
7.5.3 Teoria X de Douglas Macgregor.....................................................26
7.5.4 Teoria Y de Douglas Macgregor.....................................................26
8 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL.................................................................................27
8.1 Autoconhecimento emocional.......................................................................28
8.1.1 Controle emocional.........................................................................28
8.2 Automotivação...............................................................................................28
8.3 Sobrevivência.................................................................................................29
8.4 Tomada de decisões.......................................................................................29
8.5 Ajustes de limites...........................................................................................30
8.6 Comunicação.................................................................................................30
8.7 União.............................................................................................................30
















































A diversidade das nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas tão-somente em razão de conduzirmos o nosso pensamento por diferentes caminhos e não considerarmos as mesmas coisas.
Renê Descartes
















































1 INTRODUÇÃO


Nenhum homem é uma ilha isolada. Todo homem faz parte de um continente, uma parte do todo.
John Done


O homem como ser social necessita de interagir com outros seres humanos para seu desenvolvimento e busca de suas realizações. Essas interações são de extrema importância para a evolução da espécie humana. Cada Ser contribui de alguma forma e de acordo com suas experiências vividas ao longo dos anos.
O processo de interação humana é complexo e ocorre permanentemente entre pessoas, sob forma de comportamentos manifestos e não manifestos, verbais e não verbais, pensamentos, sentimentos, expressões físico-corporais.
Desta forma, um sorriso, uma postura corporal, um olhar, uma aproximação ou afastamento físico são formas não verbais de interação entre pessoas, pois comunica algo a elas.
De acordo com Marx o homem é por natureza um animal social pois ele não pode ser privado de estar em sociedade. Mas ser realmente social não se resume apenas está em uma determinada sociedade, ser social é ter uma única coisa e dividir para todos, ter tudo e querer apenas um pouco, ser bom mais querer ser ótimo pois social é estar em sociedade, mas além de tudo é participar ativamente do grupo ao qual está inserido.


2 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL


Relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e psicologia que significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade. O relacionamento interpessoal implica uma relação social, ou seja, um conjunto de normas comportamentais que orientam as interações entre membros de uma sociedade.
O conceito de relação social, da área da sociologia, foi estudado e desenvolvido por Max Weber.
Um relacionamento pode ser determinado e alterado de acordo com um conflito interpessoal, que surge de uma divergência entre dois ou mais indivíduos. Por outro lado, o conceito de relacionamento intrapessoal é distinto, mas não menos importante.
Relação intrapessoal é a aptidão de uma pessoa de se relacionar com os seus próprios sentimentos e emoções e é de elevada importância porque vai determinar como cada pessoa age quando é confrontada com situações do dia a dia.


2.1 Relacionamento interpessoal no trabalho


No contexto da nossa instituição e das organizações, o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Um relacionamento interpessoal positivo contribui para um bom ambiente, o que pode resultar em um aumento da produtividade.
Segundo Rocha (2010), “relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, é abrir-se para o novo, é aceitar e fazer-se aceito, buscar ser entendido e atender o outro. A aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e estar preparado para aceitar o outro em seu meio”.


Não há processos unilaterais na interação humana: tudo que acontece no relacionamento interpessoal decorre de duas fontes:
1–Eu
2 – Outro (s)


O desenvolvimento de aptidões para um relacionamento com mais eficiência com os outros, nos leva a trabalhar:
  • Como escutar
  • Como dialogar
  • Como informar
  • Como avaliar
  • Como elogiar
  • Como disciplinar
Algumas forças impulsionam as relações interpessoais, são elas:
  • Empatia
  • Motivação
  • Iniciativa
  • Competência
  • Apoio
Forças que restringem as relações interpessoais:
  • Vaidade
  • Apatia
  • Dependência
  • Timidez
  • Manipulação


Dicas para desenvolver suas habilidades nas relações interpessoais:
  • Busque ideias
  • Debata propostas
  • Não combata pessoas
  • Evite questões pessoais e
  • Leve em consideração apenas as ideias e as informações, jamais os aspectos pessoais de quem as expõe
O que fazer para melhorar a Comunicação Interpessoal:
  • Formular perguntas
  • Escutar atenta e ativamente o outro, mas lembrando-se de que escutar é mais que ouvir
  • Demonstrar respeito e aceitação e
  • Estabelecer empatia
Como gerenciar relações de conflito?
Em um ambiente de trabalho, é normal, até certo ponto, que se ocorram conflitos.
Afinal, os colaboradores geralmente possuem valores e personalidades muito diversas. Por um lado, essa diferença pode ser enriquecedora. Por outro, a presença constante de atritos pode dificultar o dia a dia corporativo. 


  • Investigue as causas mais a fundo
  • Mantenha uma postura de responsabilização e de comprometimento por parte do profissional
  • Inicie feedbacks diretos (veremos a seguir)
  • Procure resolver todas as questões e
  • Permita que as partes envolvidas tenham um tempo para se acalmar
A comunicação, sem dúvida, é o centro de todo relacionamento, seja ele pessoal, profissional, etc.
Ela é a chave para o desenvolvimento de uma relação saudável com o outro, uma vez que pode ser considerada a arte do entender e do fazer-se entender.
Em poucas palavras, a comunicação é o processo verbal ou não verbal de transmitir uma informação a uma outra pessoa de maneira que ela entenda o que está sendo expresso. A comunicação, portanto, não está limitada à fala, à linguagem oral, mas também é possível por meio de gestos, símbolos, expressões, bem como qualquer outra forma que contenha em si um significado inteligível, compreensível.










3 COMUNICAÇÃO


3.1 Níveis de comunicação


Podemos encontrar pelo menos 4 sinais que permitem a comunicação e inteiração entre as pessoas:
Nível 04
É uma comunicação altamente superficial, em que os indivíduos apenas se olham ou falam estritamente o necessário, limitando-se, no máximo, a um bom dia ou a uma pequena informação.
Nível 03
É uma comunicação ainda superficial, mas aqui as pessoas tratam-se com um mínimo de cordialidade e sorrisos. Neste nível os indivíduos ainda não saíram das suas “cascas” para tornar conhecido aos outros o que pensam e sentem, ou seja, a comunicação ainda está limitada.
Nível 02
Aqui os indivíduos começam a relatar suas ideias e pensamentos, o que marca o início de uma comunicação real. As pessoas estão dispostas a correr o risco de expor suas ideias e soluções próprias, mas ainda impõem barreiras para a comunicação plena, talvez como mecanismo de defesa e forma de conhecer o outro passo a passo. É o tão conhecido “pé atrás”, mas a comunicação neste nível abre possibilidades para o aprofundamento das relações interpessoais e dos laços de confiança, imprescindíveis na comunicação de nível um.
Nível 01
É uma comunicação total. As pessoas estão dispostas a compartilhar seus sentimentos, ideias e pensamentos. Esta comunicação está baseada na honestidade e na abertura completa, ou seja, subentende-se que neste nível de comunicação as pessoas possuem um alto grau de conhecimento e confiança umas nas outras, estabelecendo um relacionamento interpessoal pleno e baseado no diálogo como forma de solução de problemas e conflitos.


3.2 Elementos da comunicação


A forma de comunicação humana mais utilizada é, sem dúvida, a comunicação verbal. E todo ato de comunicação envolve sempre seis componentes essenciais:






O emissor (ou locutor)
é aquele que diz algo a alguém
O receptor (ou interlocutor)
aquele com quem o emissor se comunica
A mensagem
tudo o que foi transmitido do emissor ao receptor
O código
é o conjunto de sinais convencionados socialmente que permite ao receptor compreender a mensagem (ex: a língua portuguesa e os sinais de trânsito)
O canal (ou contato)
é o meio físico que conduz a mensagem ao receptor (e: o som e o ar)
O referente (ou contexto)
é o assunto da mensagem










3.3 Barreiras a comunicação


Pela maneira peculiar de cada pessoa se comunicar e pelo seu jeito próprio de ser, a comunicação pode enfrentar BARREIRAS, as quais surgem da heterogeneidade de pensamentos, sentimentos e ideias, portanto é preciso saber como lidar com elas para que a comunicação não fique comprometida e possíveis conflitos possam ser resolvidos de maneira adequada.
Quando a comunicação se estabelece mal ou não se estabelece entre pessoas ou entre grupos, resultam alguns fenômenos psíquicos que veremos a seguir:


Ruído
É a interrupção da comunicação através de mecanismos externos, sons estranhos à comunicação, visualizações que comprometem a comunicação, ou mecanismos utilizados pelo locutor, que seja incompreendido pelo interlocutor. A partir do momento em que se elimina o ruído a comunicação tende a se estabelecer.
Bloqueio
É a interrupção total ou provisória da comunicação e paradoxalmente parecem comprometer menos a evolução da comunicação do que a filtragem.
Filtragem
É o mecanismo de seleção, danosa, dos aspectos da comunicação que erroneamente interessam aos interlocutores. Em caso de filtragem, a comunicação tende a acompanhar-se de reticências e de restrições mentais, degradando-se pouco a pouco em mensagens cada vez mais ambíguas e equivocadas.




COMO MINIMIZAR AS BARREIRAS:


  • Comunicação é sempre uma via de mão dupla.
  • É preciso o momento certo para se comunicar.
  • A precipitação ao responder pode ser prejudicial.
  • É preciso estar aberto à cordialidade.
  • Praticar a empatia é um importante para fortalecimento das relações interpessoais.


3.4 Comunicação organizacional


Pode se constituir numa instância da aprendizagem pois, se praticada com ética, pode:
  • Provocar a participação dos trabalhadores
  • Dar mais sentido ao trabalho
  • Favorecer a credibilidade da direção
  • Fomentar a responsabilidade
  • Aumentar o pensamento criativo entre os empregados para solucionar problemas


Para Ricarte, um dos maiores desafios é fazer da criatividade o principal foco de gestão de todas as empresas, pois o único caminho para tornar-se uma empresa competitiva é a geração de ideias criativas, a única forma de gerar ideias criativas é atrair pessoas criativas e proporcionar um ambiente de trabalho adequado para atrair e manter essas pessoas criativas.
A base para a construção de um ambiente propício à criatividade, à inovação e à aprendizagem estão na:
  • Autoestima
  • Empatia
  • Afetividade
Sem esses elementos não se estabelece a comunicação e nem o entendimento.


DEVEMOS LEMBRAR QUE:


A comunicação é um instrumento essencial de mudança, mas o que transforma e qualifica é o diálogo, a experiência vivida e praticada, e não a simples transmissão unilateral de conceitos, frases feitas e fórmulas acabadas.
A viabilização do diálogo e da participação tem que ser uma política de comunicação e de RH, visando a construção da organização qualificante, capaz de enfrentar os desafios constantes de um mundo em mutação, incerto e inseguro.








4 GRUPOS


O GRUPO É ASSIM:
GENTE QUE É GENTE
E QUE NÃO SABE QUE OS OUTROS SÃO GENTE
COMO A GENTE,
COM UM LADO BOM E OUTRO RUIM


NO GRUPO TEM DE TUDO:
BOTUCUDO E TUPINIQUIM.
TEM FALADOR E TEM MUDO,
MAS NINGUEM E=É IGUAL A MIM.


TEM DOUTORES E TEM TÍMIDOS,
AGRESSIVOS E DOMINADOS
TEM MÃE E TEM FILHOS,
TEM ATÉ MASCARADOS
E O GRUPO VAI GIRANDO,
MUSANDO A VIDA DA GENTE
O CALADO SAI FALANDO
O PESSIMISTA CONTENTE


O GRUÓ É COMO A VIDA,
MAS SE ENTRA, JÁ VAMOS INDO
QUEM RI ACABA CHORANDO,
QUEM CHORA, ACABA RINDO


UMA COISA A GENTE APRENDE:
QUE O OUTRO É COMO EU
CHORA RI, AMA E SENTE
MAS QUASE TUDO DEPENDE DA GENTE:
QUE GRUPO DANADO!
QUE VIVÊNCIA ATROZ!
O EU E O TU SE ATACAM
MAS DEPOIS ELES SE AMAM,
EM BENEFÍCIO DE NÓS.
(PAULO CAVALCANTI DE MOURA)


Em sociologia, um grupo é um sistema de relações sociais, de interações recorrentes entre pessoas.
Também pode ser definido como:
  • Várias pessoas que compartilham certas características
  • Interajam uns como os outros
  • Aceitam direitos e obrigações
  • Compartilhem uma identidade comum


Para haver um grupo social, é preciso que os indivíduos se percebam de alguma forma afiliados ao grupo.
Segundo Costa (2002) o grupo surgiu pela necessidade de o homem viver em contato com outros homens. Nesta relação homem-homem vários fenômenos estão presentes:
  • A comunicação
  • A percepção
  • A afeição
  • A liderança
  • A interação
  • As normas e outros.
SAIBA MAIS!
Nas relações humanas nada é mais importante do que nossa motivação em estar com outro, participar na coordenação de caminhos ou metas para alcançar. O homem necessita viver com outros homens, pela sua própria natureza social, mas ainda não se harmonizou nessa relação.








4.1 Fases do grupo


FASE INICIAL
É o momento que o grupo está na expectativa, faz perguntas quanto às normas e as regras do jogo. As atitudes são torpes e mal coordenadas, também denomina de Infância Grupal.
FASE INTERMEDIÁRIA
É o momento de confrontação e conflitos de dependência e contra dependência pode ser uma fase dificultosa, aborda o movimento e o movimento do grupo, denomina de adolescência Grupal.
FASE FINAL
Apoia a ideia do outro, pode ser também uma fase dificultosa, se os membros dos grupos formarem relações duais, desfalecendo o grupo. Aqui temos a Maturidade Grupal.


Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.
Provérbio africano


5 FEEDBACK
Feedback é uma palavra que tem origem no idioma inglês, sendo uma palavra formada pela junção dos termos feed e back. O termo feed pode ser traduzido como “alimentação/alimentar” e back como “de volta”. Assim, do idioma inglês essa palavra pode ser compreendida como realimentar, responder, retorno, reação.
Feedback é uma ferramenta importante para promover transparência e crescimento da equipe;
É utilizado para um controle de alguma situação, quando poderá ser positivo ou negativo;
É útil também na modificação de comportamentos;
Pode ser feito de líder para liderado como também de liderado para líder e/ou entre membros da equipe;
O feedback também é muito eficiente quando feito em grupo.


SAIBA MAIS!
O significado de feedback é utilizado em teorias do Gerenciamento de Empresas (Instituições), quando é dado um parecer sobre uma pessoa ou grupo de pessoas na realização de um trabalho com o intuito de avaliar o seu desempenho. É uma ação que revela os pontos positivos e negativos do trabalho executado tendo em vista a melhoria do mesmo.


CRÍTICAS POSITIVAS
Visa reforçar o comportamento ou desempenho que está sendo avaliado.
CRÍTICAS NEGATIVAS
Visa corrigir e melhorar o comportamento ou desempenho de baixa qualidade ou insatisfatório.
Tanto a crítica positiva quanto a negativa devem ser construtivas.
CRÍTICAS CONSTRUTIVAS
Visa apresentar qual seria o padrão desejável de comportamentos e resultados e gerando sugestões de ações para que estes padrões e resultados venham a ser alcançados.
CRÍTICAS DESCONSTRUTIVAS
Ocorre quando a crítica é realizada de forma desordenada sem um padrão especifico como critério comparativo daquilo que é certo e sem levantar pontos específicos do problema.


5.1 Feedback na prática
  • Foque no comportamento, não na pessoa:
Não critique diretamente a pessoa e sim traga um feedback construtivo, algo que ela possa melhorar.
Seja bem descritivo, descrever bem a situação que gerou ou estiver gerando o problema;
  • Comece pelos pontos positivos:
Comece falando das qualidades, parabenizando pelas conquistas recentes.
  • Quebre o gelo e seja horizontal:
Comece pedindo o feedback dessa pessoa;
Crie um ambiente comum entre vocês admitindo seus próprios erros;
  • Elogie em público, critique no privado:
Respeite a privacidade das pessoas;
  • Escute o outro.


  • Confirme se estão alinhados e foque nos próximos passos:
Saiba que a pessoa entendeu;
Pergunte se a pessoa entendeu tudo que foi falado;
Como você pode ajudar essa pessoa a melhorar.


6 COMPREENSÃO EMPÁTICA


Empatia (compreensão dos outros):
Colocar-se no lugar” de outra pessoa, a fim de compreendê-la melhor e responder de forma solidária, de acordo com as circunstanciais.
O conceito de Compreensão empática, evoluiu de apenas um estado para um processo, sendo mais do que apenas uma atitude, mas uma compreensão empática, que está muito além de uma compreensão do senso-comum. Essa compreensão empática consiste em experimentar o que o outro está sentindo dentro de uma condição de “como se” estivesse no lugar dele
Entende-se que empatia é diferente de simpatia, de antipatia ou de apatia. Simpatia você sente em relação ao outro, quando esse outro lhe remonta lembranças, atitudes, ideias que lhe são agradáveis, que lhe atraem.


7 MOTIVAÇÃO


Conjunto de forças internas que mobilizarão o indivíduo para atingir um dado objetivo como resposta a um estado de necessidade, carência ou desequilíbrio.
A palavra motivação vem do latim movere, que significa "mover". A motivação é, então, aquilo que é susceptível de mover o indivíduo, de levá-lo a agir para atingir algo (o objetivo), e de lhe produzir um comportamento orientado.


7.1 Ciclo motivacional


  • Necessidade. É o motivo, a razão de ser da ação. É provocada por um estado de desequilíbrio devido a uma carência ou privação (ex.: falta de alimento no organismo).
  • Impulso. É a atividade desenvolvida pela necessidade ou motivo, isto é, a energia interna que impele o indivíduo a agir num dado sentido. (Ex.: força que move o indivíduo para obter comida).
  • Resposta. É a atividade desenvolvida e desencadeada pela pulsão para atingir algo. (ex.: procurar comida).
  •  Incentivo. É o objetivo para o qual se orienta a ação. (Ex. ingerir o alimento).
  • Saciedade. É a satisfação decorrente de se ter atingido o objetivo pretendido (depois de se ter ingerido o alimento, a fome desaparece).
Este comportamento sequencial volta a repetir-se sempre que se repete a necessidade que o provoca.


7.2 Tipos de motivação




Motivações fisiológicas (primárias, básicas, biológicas, orgânicas): as que estão ligadas à sobrevivência do organismo e não resultam de uma aprendizagem. Elas provocam no organismo certos impulsos para o restabelecimento do seu equilíbrio.
Estas motivações encontram-se estreitamente ligadas com determinado estado interno do organismo. Exemplos: respiração, fome, sede, sexo, evitar o frio e o calor, sono, etc. A homeostasia designa o mecanismo que regulação o equilíbrio interno do organismo.
Motivações sociais (secundárias, culturais): as que dependem essencialmente de aprendizagens, isto é, foram adquiridas no processo de socialização.
Exemplos: Necessidade de convivência, de reconhecimento, de êxito social, de segurança, etc. Este grupo pode ser subdividido, por exemplo, entre motivações sociais centradas no indivíduo e ou centradas na sociedade.
  • Centradas no indivíduo: (autoafirmação): desejo de segurança, de ser aceito, de pertencer a um grupo, de alcançar um estatuto social elevado, de enriquecer, etc.
  • Centradas na sociedade (independentes dos nossos interesses particulares): respeito pelo próximo, de solidariedade, de amizade, de amor, etc.


Há quem questione esta divisão das motivações, afirmando que todas elas têm um fundo comum: a busca do prazer, o único e verdadeiro motivo de todas as ações humanas.
Afinal de contas o que é o prazer?
Vamos pensar?
SAIBA MAIS!
1 alacridade, alegria, bom humor, contentamento, desfastio, entusiasmo, exultação, felicidade, gáudio, jovialidade, jubilação, júbilo, ledice, regozijo. Deleite: 2 agrado, aprazimento, bem-estar, deleitação, deleitamento, deleite, delícia, desejo, gosto, regalo, satisfação.


7.3 Frustração
Quando o indivíduo está motivado para atingir um dado objetivo, e por um obstáculo qualquer não o consegue atingir, vive um estado de frustração.
Este sentimento depende de muitos fatores: personalidade do sujeito, idade, natureza da motivação, tipo de obstáculo, etc.
Reações à frustração. Não existe uma reação tipo para determinada frustração, as respostas às frustrações dependem de muitos fatores como acima aludimos.
Comportamentos resultantes da frustração:
Agressão (direta ou deslocada). Esta agressão denomina-se direta quando é dirigida contra a fonte que provocou a frustração, e deslocada se dirige para outras pessoas ou objetos. Ex. A criança agride o pai que a impede de brincar (agressão direta); A criança proibida de brincar, destrói os brinquedos com que o pai a impede de brincar (agressão deslocada);
Ao longo do processo de socialização, o indivíduo aprende a lidar com as frustrações, inibindo, deslocando, dissimulando, ou compensando as suas manifestações de agressividade. Em situações extremas, o indivíduo pode dirigir as suas manifestações de agressividade deslocada para ele próprio (autoagressão).
Apatia (indiferença ou inatividade). Face a contínuas frustrações o indivíduo pode cair na reação apática (indiferença perante a fonte da frustração). A pulsão motivadora do comportamento é reduzida ou eliminada.






7. 4 Conflito
Estado de tensão que resulta de uma tensão interior vivida pelo sujeito quando se debate com motivações inconciliáveis. Kurt Lewin classificou os conflitos em três grupos:
  • Conflito aproximação/ aproximação.
Decisão sobre duas coisas desejáveis, mas incompatíveis.
Ex.: Escolher entre uma festa e uma viagem;
  • Conflito afastamento/ aproximação.
Decisão sobre algo que comporta aspectos positivos, mas também negativos.
Ex. Fazer uma viagem, mas ficar sem dinheiro
  • Conflito afastamento/ afastamento.
Decisão sobre duas coisas igualmente desagradáveis, mas inevitáveis.
Ex.: Para uma criança - comer a sopa ou ir para a cama.
A motivação teve início desde o surgimento da humanidade, porém, vem sendo estudada a partir da revolução industrial, com o surgimento das teorias humanas. Na pré história o homem era motivado a fazer determinada descoberta para sobrevivência. Porém, só começaram a ser estudado os temas motivacionais quando as teorias foram se aprimorando e se desenvolvendo até a teoria humana.






7.5 Teorias da motivação


A motivação indica o processo pela a qual o comportamento humano é incentivado, seja por algum motivo ou razão. (Gooch e McDowell).
Motivação é uma força interna, que se encontra dentro de cada um indivíduo, nasce das suas necessidades. O comportamento humano sempre é motivado, sempre há
uma necessidade a ser seguida.
(apud, BERGANINI, 1988, p.64).
As pessoas também agem por motivos internos, por necessidade interior, por uma busca de objetivos. Nesse caso existe a motivação da pessoa, a própria vontade de alcançar seu objetivo. (BERGANINI, 2008, p. 108).


7.5.1 Teorias da motivação (Chiavenato)
As pessoas são completamente diferentes entre si no que diz respeito à motivação. As necessidades humanas que motivam o comportamento humano produzem padrões de comportamento que variam de indivíduo pra indivíduo. (Idalberto, CHIAVENATO, 1987, p. 271).


  • Três vertentes do comportamento humano:
O comportamento humano é causado, ou seja, existe uma causalidade do comportamento humano;


  • Três vertentes do comportamento humano:
O comportamento humano é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo o comportamento humano;


  • Três vertentes do comportamento humano:
O comportamento humano é orientado para objetivos pessoais. Subjacente a todo comportamento, existe sempre um “impulso”, um “desejo”, uma “necessidade”, uma “tendência”, expressões que servem para designar os “motivos” do comportamento.


      1. A hierarquia das necessidades de Maslow


  1. Necessidades de auto realização: se caracteriza como necessidade secundaria, estão relacionadas ao desejo de cumprir a tendência que cada individuo tem de realizar o seu potencial, sua realização plena, dos seus talentos




b) Necessidades de estima: essa necessidade esta relacionada com a auto avaliação, autoestima, amor próprio, reputação, reconhecimento, status, valor, força. Elas estão relacionadas com o que as pessoas estão se sentindo consigo mesmo.


c) Necessidades Sociais: estão relacionadas a vida associativa do individuo com outras pessoas: amor, afeição, participação, sentimentos que levam o individuo a adaptação social ou não;


d) Necessidades de segurança: Levam os indivíduos a se protegerem de qualquer perigo real, imaginário, físico ou abstrato.


e) Necessidades fisiológicas: Essas necessidades correspondem ao nível mais baixo da pirâmide, esta ligada as necessidades primarias relacionadas com a fome, o cansaço, o sono, o desejo sexual, ligadas a sobrevivência do indivíduo.


7.5.3 Teoria X de Douglas Macgregor


Na teoria X, MACGREGOR diz que os funcionários possuem aversão ao trabalho e encaram como um mal necessário para ganhar dinheiro. Artifícios como punição, elogios, dinheiro e coação seriam fundamentais, pois o funcionário evita responsabilidades, deseja ser dirigido e ter estabilidade e segurança. Os funcionários demonstram espírito preguiçoso, e para que tenham rendimento devem ser supervisionados, caso contrário não rendem, a administração deve desenvolver sistemas abrangentes de controle.


7.5.4 Teoria Y de Douglas Macgregor


A teoria Y diz que os funcionários encaram o trabalho como algo natural como se estivesse fazendo uma atividade de lazer. Por exemplo, as pessoas são esforçadas e gostam de ter o que fazer. Parte do pressuposto que o ser humano não é preguiçoso; a empresa tem que dar as condições necessárias para o funcionário trabalhar plenamente. As pessoas são competentes e criativas, gostam de assumir responsabilidades, possuem autogestões e têm suas recompensas não baseadas apenas no dinheiro, mas no reconhecimento e na possibilidade de ascensão dentro da empresa.


8 INTELIGENCIA EMOCIONAL
O que é Inteligência Emocional




É a capacidade de reconhecer nossos sentimentos e os sentimentos de outras pessoas a fim de nos motivar e também para gerenciar emoções de forma efetiva, tanto em nós mesmos quanto nos outros”
Daniel Goleman






A Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar a si mesmo e persistir mediante frustações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns. (Gilberto Vitor)


Como podemos levar inteligência as nossas emoções, civilidade às nossas ruas e envolvimento à nossa vida comunitária?


8.1 Autoconhecimento emocional


É a capacidade que as pessoas têm de conhecerem a si mesmas em termos de seus comportamentos frente às situações de suas vidas social e profissional, além do relacionamento consigo mesmo.
8.1.1 Controle emocional
Habilidade de lidar com os próprios sentimentos, gerir as próprias emoções, seu estado de espírito e bom humor.
- Se estamos tristes, podemos escolher pensar de maneira otimista.
- Porém, se não conseguimos reconhecer as emoções que estamos vivendo, dificilmente poderemos fazer algo a respeito delas.
8.2 Automotivação
É a capacidade de motivar a si mesmo e assim, conseguir realizar tarefas a ações necessárias para que alcance seus objetivos, independente das circunstâncias.


Reconhecimento de emoções em outras pessoas – Empatia
É a capacidade de motivar a si mesmo e assim, conseguir realizar tarefas a ações necessárias para que alcance seus objetivos, independente das circunstâncias.


Habilidades em relacionamentos interpessoais


É a capacidade de relacionamento interpessoal e trabalho em equipe (práticas sociais).


Inteligência emocional
As emoções no seu aspecto mais abrangente encerram, em paralelo, aspectos comportamentais positivos e negativos, conscientes e inconscientes, e podem equivaler semanticamente a outras expressões, como a afetividade, a inteligência interpessoal, a inteligência emocional; a cognição social; a motivação, o temperamento e a personalidade do indivíduo, cuja importância na aprendizagem e nas interações sociais é de crucial importância e relevância.


Goleman ressalta a Inteligência Emocional em função da importância das emoções:
  • Sobrevivência
  • Tomadas de decisão
  • Ajuste de limites
  • União


8.3 Sobrevivência
As nossas emoções foram desenvolvidas naturalmente através de milhões de anos de evolução. Como resultado, as nossas emoções possuem o potencial de nos servir como um sofisticado e delicado sistema interno de orientação.
8.4 Tomadas de decisão
Nossas emoções são uma fonte valiosa de informação. Nossas emoções nos ajudam a tomar decisões; os estudos mostram que quando as conexões emocionais de uma pessoa estão danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem mesmo as decisões mais simples porque não sentirá nada sobre suas escolhas.






8.5 Ajuste de limites
Quando nos sentimos incomodados com o comportamento de uma pessoa, nossas emoções nos alertam. Se nós aprendermos a confiar nas nossas emoções e sensações isto vai ajudar-nos a ajustar os nossos limites, que são necessários para proteger a nossa saúde física e mental
8.6 Comunicação
As nossas emoções ajudam-nos a comunicar com os outros. Nossas Expressões faciais, por exemplo, podem demonstrar uma grande de emoções. Com o olhar, podemos sinalizar que precisamos que de ajuda. Também é necessário que nós sejamos eficazes para escutar e entender os outros.


8.7 União
As nossas emoções são talvez a maior fonte potencial capaz de unir todos os membros da espécie humana. Claramente, as diferenças religiosas, cultural e política não permitem isto, apesar das emoções serem "universais".


Qualquer um pode zangar-se - isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa - não é fácil.
Aristóteles
































REFERÊNCIAS
Os dados aqui apresentados foram retirados e adaptados, em sua maioria, do documento original Relacionamento interpessoal e Ética Profissional do Curso de pós-graduação em Ética Profissional na modalidade EAD. Faculdade Futura/Favena.


OUTRAS REFERÊNCIAS
AVALIAÇÃO, Blog do Software. Teoria Das Relações Humanas: O Início Da Descoberta De Que O Ser Humano Era Um Ser Humano. Disponível em: <https://blog.softwareavaliacao.com.br/teoria-das-relacoes-humanas/>. Acesso em: 20 jan. 2020.
CHUNG, Tom. Qualidade começa em mim: manual neurolinguístico de liderança e comunicação. São Paulo: Novo Século, 2002. 341p. il.
DEL PRETTE, Almir; DEL PRETTE, Zilda A. P. Psicologia das relações interpessoais: vivências para o trabalho em grupo. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 231p.
GOLEMAN, D. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, Tradução revista em 2001 do original 1995.
MINUCUCCI, Agostinho. Relações Humanas: psicologia das relações interpessoais. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2000. WEIL, Pierre. Relações Humanas no Trabalho e na Família. Petrópolis: Ed. Vozes, 2000.
SARDINHA, Vinicius. A origem da motivação. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/a-origem-da-motivacao>. Acesso em: 20 jan. 2020.


SINÔNIMOS, Dicionário de. Sinônimo de prazer. Disponível em: <https://www.sinonimos.com.br/prazer/>. Acesso em: 19 jan. 2010.



















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